Grandes Mestres e a nova geração nova geração do teatro de bonecos de Brasília se unem para realizar a RODA BRASÍLIA DE TEATRO DE BONECOS. Nomes consagrados mundialmente como o mamulengueiro Chico Simões e a pesquisadora Isabela Brochado, se unem a novos talentos como Thiago Bresani, que irá abrir o evento com espetáculo premiado ¨Iara, o Encanto das Águas¨, com uma linguagem de animação moderna em teatro de sobras. Teatro de bonecos, oficina de confecção e manipulação de bonecos e exposição audiovisual, fazem parte das atrações da RODA BRASÍLIA DE TEATRO DE BONECOS 2015, de 19 a 29 de março (de quinta a domingo). A mostra será no SESC Garagem, a realização da Associação Candanga de Teatro de Bonecos (ACTB), com apoio cultural do SESC-DF e coordenação de Jorge Crespo. Com diversas atrações, como sempre de quinta a domingo. Todos os espetáculos custarão R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia entrada) e Censura Livre.

O evento acontece após o tombamento do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste como bem cultural imaterial nacional no Livro de Registro de Formas de Expressão, do Instituto do Departamento de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPI-IPHAN), no dia 3 de março.

ABERTURA

A primeira apresentação será no dia 19, às 20h, com o teatro de sombras da Cia Iluminato, “Iara, o encanto das águas” que é vencedor do Prêmio SESC do Teato Candango nas categorias Melhor Direção, Melhor Dramaturgia e Melhor Trilha Sonora. Inspirado na lenda e no mito da sereia brasileira, o espetáculo busca sensibilizar o público infanto‐juvenil sobre a tradição oral dos povos originários do Brasil. Na pesquisa do universo mitológico indígena, Iara foi escolhida por seu grande poder simbólico, ideal para encenação em teatro de sombras.

O espetáculo é fruto de um trabalho de pesquisa sobre as origens da lenda indígena da Iara. A peça conta uma história trágica, mas com final adaptado. Nela, um jovem guerreiro sonha com o encontro com Iara. Os idealizadores,Thiago Bresani e Soledad Garcia, acreditam que as sombras são fascinantes e misteriosa e, ao mesmo tempo, reais e irreais. O jogo de luzes e sombras provoca sempre a fantasia humana. O espetáculo conta com a direção de Alexandre Fávero, a idealizadora, Cia Lumiato Teatro de Formas Animadas, é a única companhia que a utiliza a técnica de teatro de sombras no DF.

ESPETÁCULOS

Os espetáculos teatrais são realizados de quinta a domingo, sempre às 20h, com exceção dos sábados, que têm sessão dupla. Os temas abordados vão do religioso ao profano, sempre de forma pura e inocente, típico das artes tradicionais nordestinas. Todos os espetáculos com CENSURA LIVRE

OFICINAS

Com o tema “Oficina básica de introdução ao teatro de animação com bonecos e objetos”, as aulas serão ministradas entre das 17h às 19h nas quintas e sextas, e das 15h às 17 aos sábados (não haverá oficina domingo). Serão abordadas técnicas de produção e manipulação de bonecos. Cada dia de oficina abordará uma técnica diferente e a participação é gratuita.

Para Jorge Crespo, brincar com mamulengos representa uma evolução instantânea no estado de espírito de qualquer pessoa, independente da idade. O artista, que foi um dos fundadores do Bloco das Carmelitas, no RJ, afirma que “A fantasia, o brinquedo, nos tira do universo do dia a dia e nos faz evoluir para criança novamente. Todo mundo fala com um boneco, ri para um boneco, e até troca confissões”. 

EXPOSIÇÃO

A exposição áudio visual está sobre responsabilidade da professora da UnB e doutora em estudos teatrais pela Trinity College – Universidade de Dublin (Irlanda), Isabela Brochado. Lecionando há 23 anos na Universidade de Brasília, Brochado coordena o Laboratório de Formas Animadas da instituição. São dela as fotos que serão exibidas, fruto de suas viagens e pesquisas no nordeste, e do contato com mestres bonequeiros consagrados, como Seu Calu (PE), Marquinhos, filho de Seu Gilberto Calungueiro (CE), Felipe Riachuelo e Manuel do Fole (RN) e Clóvis Bezerra (PB). Com entrada franca, a exposição pode ser visitada a qualquer hora do dia.

Isabela também apresenta, junto com sua colega de UnB, professora Adriana Alcure, vídeo registrando o processo de tombamento do teatro de bonecos como patrimônio cultural, desde a elaboração do projeto, a visita aos mestres bonequeiros, documentação da produção das peças teatrais (bonecos, personagens, enredo, encenação). O trabalho foi realizado com o apoio do Iphan e da UnB. A exibição do vídeo será precedida por roda de discussão, com a participação de Isabela. Veja mais informações sobre horário das apresentações em “Serviço”. 

Bonequeira há 20 anos, Isabela foi uma das responsáveis pelo pedido de tombamento dos bonecos de teatro popular do nordeste pelo Iphan. A pesquisadora acredita que a produção cultural de uma região funciona como um “RG” de sua população. “A perda acervo imaterial (elementos orais, técnicas de escultura ou pintura, dança) pode levar a um esvaziamento da identidade desta comunidade”, afirma. Ela também lamenta a falta de investimento privado, agravado pela dificuldade em se conseguir preencher e acompanhar um edital público: “Os mestres bonequeiros são pessoas muito sábias, mas não têm intimidade com a burocracia dos editais, o que dificulta conseguir patrocínio público”.

×

Powered by WhatsApp Chat

×